Latin American & Caribbean Aquaculture 2024

September 24 - 27, 2024

Medellín, Colombia

ADAPTAÇÃO DO CICLÍDEO Amatitlania sp. AO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO POR AUTO DEMANDA

Raphael N. Bahiense*, Leandro S. Costa, Camila G. Oliveira, Helder O. Guilherme, Verônica G. L. Prado, Walisson S. Silva, Paula A. P. Ribeiro

 

*Escuela de Ciencias del Mar

Pontificia Universidad Católica de Valparaíso

Valparaíso, Chile

raphael.bahiense@pucv.cl

 



O Amatitlania sp. é considerada uma espécie importante para o mercado de peixes ornamentais, porém é extremamente territorialista e pouco se sabe sobre seu comportamento alimentar e se são capazes em utilizar sistema de alimentação por auto demanda. Os sistemas de autoalimentação devem ser previamente avaliados quando uma nova espécie é estudada, já que a adaptabilidade a cada sensor é espécie-específica. Objetivou-se avaliar a adaptação ao sistema de alimentação por demanda para o peixe Amatitlania sp. em diferentes grupos sociais.

Foram utilizados 120 peixes ornamentais da espécie Amatitlania sp., com peso médio de 8,02 ± 0,90 g e 6,43 ± 0,61 g, respectivamente, divididos em diferentes grupos sociais: grupo 1 (G1) = um macho e uma fêmea, grupo 2 (G2) = três machos e três fêmeas por aquário; grupo 3 (G3) = seis machos por aquário; e grupo 4 (G4) = seis fêmeas por aquário. Os peixes foram alimentados com dieta comercial extrusada (46% de proteína bruta e 3600 Kcal Kg-1 de energia digestível). Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Viçosa (protocolo número 043/2020).

Antes do início do experimento os animais foram adaptados às instalações por 10 dias. Durante este período os peixes foram mantidos em aquários de 40 L, em sistema de recirculação total de água e aeração suplementar. O fotoperíodo foi de 12:12 (luz:escuro), controlado por timer digital. Inicialmente foi observada a adaptação dos peixes ao sistema de autoalimentação, cada vez que um animal cruzava o feixe de luz infravermelha da fotocélula, o alimentador era ativado para fornecer de 3 a 5 peletes de ração. Os registros foram realizados na fase de avaliação da adaptação ao sistema, por 32 dias. Os alimentadores foram preenchidos diariamente com 30 g de ração comercial extrusada, contendo 46% de proteína bruta e 3600 Kcal Kg-1 de energia digestível. O consumo foi calculado utilizando a fórmula: consumo médio diário individual pela porcentagem do peso vivo (CMD% PV) = consumo médio diário individual*100/ média de peso do grupo. Os cálculos foram realizados considerando a diferença entre as sobras recolhidas no alimentador, no dia seguinte ao fornecimento, e a quantidade fornecida no dia anterior. Não houve mortalidade durante o período experimental.

O Amatitlania sp. ativou os alimentadores desde o primeiro dia de observação, em todos os grupos sociais estudados. Contudo, no início do período experimental houve uma alta ativação, seguida por um período de diminuição desta ativação, até que ela se estabilizasse (Figura 1).

Os resultados demonstraram que os peixes foram capazes de ativar os comedouros de auto demanda, independentemente do grupo social ao qual pertenciam. Com base nesses resultados, seria valioso considerar esses peixes em futuros experimentos sobre auto seleção de dietas, para explorar mais profundamente seus padrões de comportamento alimentar e preferências dietéticas.