Latin American & Caribbean Aquaculture 2024

September 24 - 27, 2024

Medellín, Colombia

DESENVOLVIMENTO DE VACINA INATIVADA TRIVALENTE PARA CONTROLE DE INFECÇÕES POR Streptococcus agalactiae EM TILÁPIA DO NILO

Henrique L. Costa*, Júlio C. C. Rosa, Jony T. Yoshida, Henrique C. P. Figueiredo

 

AQUAVET, Laboratório de Doenças Animais Aquáticos, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil, 31270-901/ Vaxxinova Brasil, Vargem Grande Paulista, SP, Brasil, 06730-000

*henriquelopes.costa17@gmail.com

 



Dentre os 10 sorotipos existentes de Streptococcus agalactiae (GBS), os sorotipos Ib e III são os mais predominantes em surtos nas tilapiculturas brasileiras. Já a diversidade genética de GBS é comumente feita por Multilocus Sequence Typing (MLST), que permite a classificação dos variantes genéticos por Sequences Typing (STs) e por complexos clonais (CCs). No Brasil, dados prévios demonstram que cepas do sorotipo Ib possuem alta diversidade genética, com diferentes STs circulantes, enquanto, para cepas do sorotipo III a diversidade genética é desconhecida. Devido a isso, o objetivo deste estudo foi mapear a distribuição geográfica dos sorotipos e STs no Brasil e desenvolver uma vacina trivalente inativada, com duas variantes genéticas dos sorotipos Ib e uma do sorotipo III, capaz de abranger os diferentes sorotipos, STs e CCs circulantes no país.

Para tal, 167 cepas foram selecionadas, 21 do sorotipo III e ST-283 e 146 sorotipo Ib, 29 delas não possuíam MLST definido, as 29 cepas eram oriundas surtos em tilapiculturas de seis estados (i.e., BA, GO, MG, MT, PI e PR). O MLST foi performado de acordo com Jones et. al (2003). Os CCs definidos no software eBURST. Das 167 cepas foram selecionadas três cepas dos sorotipos e STs mais frequentes no Brasil e desenvolvida uma vacina trivalente inativada por formalina com adjuvante anfipático. Os peixes foram imunizados com dose vacinal de 0,05 mL por injeção intracelomática contendo 109 UFC/dose de carga bacteriana., que foi avaliada em três partidas piloto. A eficácia vacinal foi avaliada pela porcentagem relativa de sobrevivência (RPS) e mortalidade percentual cumulativa (CPM) utilizando o teste de Qui-Quadrado (ρ<0,05). A segurança vacinal foi definida pelo Score de Speilberg utilizando ANOVA seguido do teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis (ρ<0,05). As análises de MLST nas 29 cepas identificaram um novo ST descrito para GBS, ST-2222, detectado em 66% (n=19), além do ST-927 em 27% (n=8) e ST-260 em 7% (n=2) das cepas. O ST-2222 foi detectado nos estados de GO, MG, MT e PR. Enquanto, os casos dos ST-927 e ST-260 foram detectados nos estados da BA e PI, respectivamente. Além disso, foi estabelecido o complexo clonal CC1525 (ST-257, ST-1525, ST-2222) com diversos STs de isolados já identificados no Brasil. Duas linhagens de cepas do sorotipo Ib foram selecionadas sendo dos STs, ST-1525-like e ST-2222, além de uma cepa do sorotipo III, ST-283 que apresentaram os resultados de RPS vacinal de 85%, 82,3% e 71,3%, respectivamente. A avaliação do CPM apresentou diferença significativa (ρ<0,05), com valores médios elevados (88%) nos grupos vacinados com placebo. O teste de segurança mostrou que os valores de Score de Speilberg entre os grupos vacinados e controle não diferiram significativamente (ρ>0,05). A vacina trivalente desenvolvida contém em sua composição cepas que representam a distribuição epidemiológica das cepas de S. agalactiae no Brasil, levando em consideração a dispersão e frequência não só dos sorotipos, mas também dos variantes genéticos (STs) deste patógeno. Além disso, a vacina apresentou valores de RPS e CPM satisfatórios, mostrando-se eficaz e segura contra cepas de GBS dos sorotipos Ib e III, e dos principais STs detectados.