O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito anestésico do óleo essencial (OE) de Ocimum gratissimum em juvenis de tilápia do Nilo Oreochromis niloticus. Foram utilizadas 60 tilápias com peso médio 45,36 ± 10,70 g e comprimento total de 13,16 ± 1,12 cm. Os peixes permaneceram em jejum 24 h antes do ínicio do experimento e cada animal foi utilizado apenas uma vez. Para o processo de indução anestésica, os animais foram transferidos individualmente para beckers de 1 L (n=10 peixes para cada concentração) e expostos as seguintes concentrações do OE de O. gratissimum: 0, 10, 30, 90, 150 ou 300 mg L-1, previamente diluídos em etanol (5 mL). Os animais foram considerados anestesiados quando perderam reflexos aos estímulos externos e equilíbrio natatório. Em seguida, os peixes foram transferidos para beckers com água limpa, para recuperação anestésica. Os peixes foram considerados recuperados quando apresentaram reações a estímulos externos e equilíbrio natatório normal. Foram mensurados os tempos de indução e recuperação anestésica e a frequência ventilatória durante essas etapas. Após a recuperação os animais foram reestocados nos tanques de cultivo e a sobrevivência avaliada 24 h após a realização do teste. Os dados foram submetidos à ANOVA e posteriormente ao teste de Duncan (P<0.05). A concentração de 10 mg L-1 não levou ao estágio de anestesia. O maior tempo para indução anestésica (P<0,05) foi para a concentração de 30 mg L-1 (430 s). Contudo, as demais concentrações atingiram tempo similar para anestesia (121 s) (P>0.05). À medida que se aumentou as concentrações de O. gratissimum houve também aumento no tempo de recuperação anestésica dos peixes (P<0.05). A maior frequência ventilatória (P<0.05) observada durante a indução anestésica foi para 30 mg L-1 (123 batimentos minuto-1). No entanto, para as demais observou-se estabilidade na frequência ventilatória dos animais (28 batimentos minuto-1). Durante a recuperação anestésica a frequência ventilatória dos peixes nas concentrações de 30 e 150 mg L-1 apresentaram maiores valores médios (92 e 86, respectivamente). Porém, a menor frequência ventilatória foi observada para 300 mg L-1 (32 batimentos minuto-1) (P<0.05). A sobrevivência dos peixes foi de 100% para todos os tratamentos e os animais retomaram a alimentação após 24 h dos testes. Conclui-se que a concentração de 90 mg L-1 do OE de O. gratissimum apresenta efeito seguro e eficaz no processo de anestesia em juvenis de tilápia do Nilo.
Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPq.